terça-feira, 1 de maio de 2012

Acigames: lojistas brasileiros versus Steam

Alou pessoal,

Escrevi um comentário tão cheio de “teorias da conspiração” num post do blog do PodQuest que resolvi compartilhar esse comentário por aqui também. Apenas fiz algumas adaptações para quem quiser ler este comentário sem precisar ler todos os outros daquele post.

Bem, este post expressa minha opinião em relação à Acigames, motivada pela entrevista que o seu presidente, Moacyr Alves, deu no programa Checkpoint. Resumindo a história, o Sr. Moacyr acredita que serviços de distribuição de jogos como o Steam batem de frente com as lojas físicas de games, e por isso deve ser regulamentado. Em outras palavras, pagar impostos, o que resulta num aumento de preços dos jogos.

Bem, para quem quiser o programa com a entrevista, aqui está o vídeo. Pule para o minuto 12:30 para ir direto para a entrevista do Moacyr.



Bem, agora vem minha opinião sobre essa história de Jogo Justo, Acigames e "regularização" do Steam

Eu sempre admirei e ao mesmo tempo sempre fiquei com um pé atrás quanto às atitudes do Sr. Moacyr e todo esse investimento em uma associação como a Acigames. Mas depois desta entrevista, ficou claro qual o objetivo deles: defender os lojistas de games no Brasil.

Vejam só, o objetivo principal deles sempre foi reduzir os impostos sobre jogos vendidos no Brasil. Nem mais nem menos. Com uma redução nos impostos, é lógico que os preços dos jogos podem ser reduzidos e, consequentemente, as vendas dos lojistas seriam maiores. O único detalhe é que, ao invés de fazer propaganda de que a associação defende os lojistas, a Acigames faz propaganda dizendo que é em favor da comunidade gamer.

E o que a Acigames ganha ao falar que está em defesa da comunidade gamer? Propaganda gratuita. A quantidade de reportagens sobre Acigames, Moacyr Alves e Jogo Justo foi imensa, numa quantidade que seria extremamente custosa para os lojistas. Se eles falassem que estão em defesa dos lojistas de games, não teriam este sucesso.

Até certo ponto, a Acigames está sendo clara em suas ações. Ao reduzir os impostos para os lojistas, os jogadores que compram apenas em lojas físicas brasileiras realmente estarão sendo beneficiados. Até este ponto, uma boa intenção. Mas o que para mim não estava claro e que agora ficou é justamente a defesa aos lojistas brasileiros.

A maior prova dessa "teoria da conspiração" é o número de lojistas que participaram da campanha de jogos a preços baixos "Eu to legal": 51 lojistas. A lista está no próprio site da Acigames. Com certeza eles apresentaram bons argumentos para convencer 51 lojistas a darem descontos relevantes em diversos jogos, e eu acredito que foi este argumento que exponho. E dos mais de 100 associados que dizem que a Acigames tem, não duvido que 51 deles sejam estes lojistas.

Regularizar as lojas digitais (Steam, Origin, GOG, etc) no Brasil com certeza vai colocar elas no mesmo nível dos lojistas brasileiros, pagando os mesmos impostos que as lojas físicas. E isso vem a calhar para os lojistas brasileiros já que, ao menos na questão tributária, eles estariam de igual para igual com as lojas digitais.

Alguém realmente acredita que regularizar o mercado de jogos vendidos digitalmente não vai incluir a cobrança de impostos sobre os mesmos? Com exceção de algumas entidades (igrejas e ongs, principalmente), qualquer empresa que faça negócios no Brasil paga muito mais impostos que os 6,38% de IOF que se paga nas lojas digitais do exterior. Não sou técnico tributário, mas acredito que vendedores de jogos nacionais paguem ao menos 17% a 19% só de ICMS, dependendo do estado (se alguém souber exatamente quais impostos um lojista brasileiro de games paga, confirme/complete/corrija esta informação). Se não me engano, foi Benjamin Franklin quem disse que “na vida, só existem duas coisas certas: os impostos e a morte”, então porque acreditar que o Steam e outras lojas digitais regularizadas no Brasil vão escapar dos impostos?

Os únicos interessados em discutir/regularizar o Steam no Brasil são os próprios lojistas. Sou usuário do Steam, e considero-o um ótimo serviço. Quando eu compro meus jogos no Steam, eu assumo o risco de ter problemas com ele e não poder recorrer ao Código de Defesa do Consumidor, e ainda assim estou muito feliz com isso. Todas as pessoas que eu conheço que fazem uso do Steam estão igualmente satisfeitas. Ou seja, não acredito que sejam os jogadores os interessados nessa discussão. Os lojistas sim tem este interesse, pois a cada pessoa que compra no Steam acaba sendo um cliente a menos destes lojistas. E como o próprio Moacyr Alves disse na entrevista aos 17:20, lojas como o Steam “batem de frente com os lojistas”. Agora faz sentido o vice-presidente da Acigames ser o sócio/fundador da UZ Games.

Resumindo a história, deixei de ver o Moacyr Alves e a Acigames como uma defensora da comunidade gamer, mas sim como uma defensora dos lojistas brasileiros de games. E com essa mudança de perspectiva, deixo de ver ela como uma entidade que tem os mesmos interesses que eu.

Bem, este foi o comentário que eu queria compartilhar por aqui. Para quem quiser saber um pouco mais sobre toda essa polêmica, aqui vão alguns links:


Deixem seus comentários, e até a próxima.

segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

A torre, o peixe e o Yahoo

É sempre tão legal quando a gente entende a ligação das coisas. Qualquer um que já leu O Guia do Mochileiro das Galáxias lembra do Peixe-Babel. Mas quantos sabem do por que dele ter este nome?

"Peraí, o que é o Peixe-Babel?" Segundo o Guia do Mochileiro das Galáxias:

... se você introduz no ouvido um peixe-babel, você compreende imediatamente tudo o que lhe for dito em qualquer língua.

(seria barbada fazer turismo na China com um peixe desses, né?)

Ao ler a página da Wikipédia sobre a Torre de Babel (motivado pela leitura do livro A Batalha do Apocalipse), percebi que a escolha do nome "Peixe-Babel" não foi por acaso. Reconstituindo os "fatos": a torre foi uma tentativa do homem de chegar ao Céu, e que Deus não gostou nem um pouco. Como castigo, Deus espalhou os humanos pela Terra e os condenou a falar diferentes línguas. Assim, não conseguiriam se comunicar para recomeçar a construção da torre.

Achei genial a referência do Douglas Adams ao bom livro. E aonde entra o Yahoo nessa história? Bem, o tradutor eletrônico do Yahoo se chama justamente Babel Fish, fazendo mais uma referência ao peixinho do Douglas Adams e, indiretamente, à torre bíblica.

A partir de hoje, sempre que eu ouvir a palavra "Babel" vou pensar em babilônicos construindo uma torre usando peixes nos ouvidos ツ

sábado, 25 de dezembro de 2010

Um dia em Paris

Alou,

Tá, eu sei que tô atrasado. Visitei Paris mais de uma semana atrás, mas desde que cheguei a Porto Alegre sofro de preguicite-agúda-pós-indiada. Mas juntei forças, e aqui estou.

O Renato e eu fizemos uma corrida através de Paris para conhecer, ao menos, os pontos turísticos principais. E acho que conseguimos. Muitos deles, só demos uma olhadinha, mas já foi legal. Bom, no restante do post vou só mostrar as fotos, já que é a melhor forma de falar tudo o que fizemos por lá.


Essa foi uma das primeiras vistas que tivemos da Torre Eiffel. Optei por mostrar essa, já que todo mundo tem uma vista clássica, do outro lado dela =)

Depois que visitamos a torre, fomos de metrô pro Arco do Triunfo. Acabei pegando essa foto, achei que ficou bem legal.

E aí está o famoso Arco do Triunfo. Não chegamos mais perto porque o transito em volta dele era muito grande.

Esse aqui é o início da famosa Avenida Champs-Élysées. Só loja chique, heheh.

Numa galeria da Champs-Élysées, encontramos uma cópia do relógio de água do Iguatemi Porto Alegre. Só que esse é mixuruca: devia ter uns 2m de altura, no máximo.

Essas decorações deles à noite devem ficar muuito massa! Pena que não deu pra ver isso aí ligado, neve caindo e tal...
Ao final da Champs-Élysées, tem essa roda-gigante (gigante!). Também tem o Luxor Obelisk, cheio de inscrições egípcias.

Muito boa a ideia deles: precisam restaurar, mas não dá pra estragar a paisagem. Só colocar um impostor gigante na frente e pronto!
 
Muito legal essa fonte, pertinho da foto anterior.

Avançando um pouco, entramos num parque perto do Museu do Louvre. Essa é uma das decorações do parque.

Nessa foto eu tô apreciando uma das fontes do parque... Ops, não é o que vocês estão pensando =P

Primeira vez que vejo patos imitando Jesus Cristo! Tava tão frio que era fácil pra eles.

Essa aqui é uma construção em frente ao Museu do Louvre. Nos ajudou a proteger da chuva que tava caindo nesse momento. E tava frio!

Esse é o Museu do Louvre. Queria muito entrar aí, mas como estávamos com pressa, não deu. Mesmo assim, posso dizer: fãs de "O Código Da Vince", morram de inveja!

Mais uma prova de que estive lá. Humm, vontade de entrar (mais pelo frio mesmo).

Ao redor da pirâmide maior, há outras duas menores. Dá pra ver uma delas aqui.

Depois do museu, voltamos ao metrô pra ir procurar a Catedral de Notre Dame. Achei muito legal essa estação.

À procura da igreja do cara corcunda, passamos à pé pelo rio Sena.

A gente já tava meio perdido à essa hora, mas aproveitamos pra fotografar algumas construções. Valeu a pena ter se perdido.

Um dos prédios legais que fotografamos enquanto perdidos. Nem sabemos o significado deles. Se alguém souber, posta aí nos comentários =)

Cathédrale Notre-Dame de Paris. Era um dos lugares que eu fazia questão de visitar.

Achei linda a catedral por dentro, mas infelizmente minha câmera não é boa nas condições de iluminação dela. Essa é uma das poucas fotos boas que tirei lá dentro.

Ainda dentro da catedral. Essa estátua é macabra. Ao fundo, a Morte segurando um homem a beira da morte, enquanto uma mulher reza por ele.

Visão de fora da catedral, depois de subir uns 200 degraus. Valeu a pena, dá pra ver quase toda Paris dali.

Alguns já ouviram, outros não. A catedral é toda decorada com Gárgulas, essas estátuas de monstros com mais ou menos 1m de altura. A catedral inteira é cheia delas.

Depois de subir mais um milhão de degraus, chegamos ao topo da catedral. Essa é a visão que temos dela, do topo da torre.

E mais uma vista supimpa de Paris. Valeu a pena a correria.

Depois que visitamos a Catedral de Notre Dame, fomos comer, pois já eram umas 17h e ainda não tínhamos comido nada desde a saída do aeroporto, às 9h da manhã. Depois de comer, ainda passamos na Champs-Élysées de novo, pra fazer algumas compras. E corremos pro aeroporto pra não perder o voo pro Rio de Janeiro.

Acho que contei tudo o que aconteceu de relevante nessa viagem. Muitas coisas aconteceram, aprendi muito, conheci lugares incríveis, passei por situações difíceis, me estressei. Mas a experiência que ganhei é indescritível, não vou conseguir descrevê-lo com palavras. Não acho que vou querer voltar pra Índia de novo, mas com certeza vou querer viajar mais e mais. E incentivo a todos que puderem: viagem para onde for. Não percam a oportunidade de conhecer novas culturas e aprender com elas. Eu aprendi muito.

Acho que eras isso. Desejo a todos um Feliz Natal (levemente atrasado) e um grande Ano Novo, cheio de saúde e felicidades. Os problemas que vierem a gente passa por cima e continua em frente.

sábado, 18 de dezembro de 2010

Preso no aeroporto

Alou,

Sumi mesmo nos últimos dias. Com acesso à internet precário, não tinha muito o que ser feito. Mas já estou em casa novamente. Conforme meu último post, eu estava pronto para ir para París quando os eventos deste post aconteceram. No próximo post eu falo de París.

Tudo começou quando, um dia antes de viajarmos, recebemos da universidade o dinheiro pelas diárias que passamos lá. Recebemos em rúpias, e era muito dinheiro pra gastar em 1 dia. O jeito era trocar por euros.

Chegamos ao aeroporto de Delhi. Muito bonito o lugar, um aeroporto grande e vistoso. Me perguntei porque guardas fortemente armados em cada uma das entradas, deixando entrar apenas quem tem alguma passagem. Apesar de estranho, seguimos à diante.

No guichê da AirFrance, fomos informados que o voo estava cancelado. Ao menos, nos moveram para um dos (se não for o mais) luxuoso hotel de Nova Delhi. Apesar de perdermos um dos dias planejados para visitar Paris (teriamos dois dias sem o cancelamento), até que não estava tão ruim, pois passariamos uma boa noite de sono num lugar dos mais chiques.

Aí começou a desandar a maionese. Antes de sair do aeroporto, fomos tentar trocar o nosso dinheiro de volta para rúpias. Nos guichês de troca, recusaram, pois eles limitam em um valor muuito baixo para troca sem comprovação de origem do dinheiro (algo em torno de 400 reais). Como iriamos passar mais um dia em Nova Delhi, ao menos pegariamos um recibo na faculdade.

Dia seguinte, fomos até a universidade, pegamos o recibo ainda pela manhã, e corremos pro aeroporto trocar o dinheiro. Assim, teriamos o dia inteiro pra resolver quaisquer outros problemas que surgissem. Chegando no aeroporto, os guardinhas voltaram a implicar com a gente. Dissemos que só queriamos informações sobre o voo, mostramos as passagens e tudo o mais. Até que, depois de muita conversa, entramos.

Trocamos o dinheiro, mas não foi trivial. As casas de câmbio não aceitavam o nosso recibo porque não foi emitido por um banco. Depois de muito insistir, conversar e blá-blá-blá, o rapaz do câmbio revelou pra gente que poderiamos trocar aos pouquinhos, em casas de câmbio diferentes no aeroporto. Assim o fizemos (mas afinal, porque o sistema deles não é integrado???)

Problema de dinheiro resolvido, era só voltar para o hotel, tomar um banho, pegar nossas malas, notebooks e tudo o mais, e voltar para o aeroporto. Detalhe: precisavamos sair do aeroporto! Os guardinhas de que falei só autorizam as pessoas entrarem no aeroporto, não a sairem. A solução era que um funcionário da AirFrance autorizado tirasse a gente do aeroporto, mas o guichê da empresa só iria abrir às 18h (eram 11:30 nesse momento). Outra solução seria sair voando (de avião, porque se fossemos como o Super Homem, seriamos abatidos).

O Renato e eu ficamos duas horas desesperados dentro do aeroporto, tentando convencer as pessoas, guardas e tudo o mais de que precisavamos sair e pegar nossas coisas. Já nos sentiamos presos quando finalmente encontramos o gerente de voos do aeroporto. Esse foi o único cara que entendeu nosso problema e querer ajudar. Ele falou com a segurança, e depois de muuito mais conversa (uns 15 minutos, pelo menos), conseguiu liberar a gente para sair do aeroporto.

À noite, conseguimos finalmente sair do país, mas o stress que passamos foi algo pela qual nunca passei na vida, nem desejo que alguém passe. Depois dessa, prometi que não volto mais à Índia. E me cobrem caso algum dia eu mude de idéia (dúvido que isso irá acontecer).

No próximo post, falarei do meu dia em París.

segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

Últimos dias aqui em Delhi

Alou,

Nos últimos dias não postei novidades aqui no blog. O motivo é que não tive muitas mesmo. Ficamos muito tempo em laboratório trabalhando. Afinal, foi pra isso que viemos pra cá.

Mas ainda assim, deu tempo de fazer algumas coisinhas, principalmente compras. Aqui, o preço das coisas é, em média, 2/3 o preço brasileiro. Então, aproveitei pra gastar minha quota de 500 dólares em coisas que eu queria comprar para mim, além de alguns presentes de natal.

E falando em Natal, esse é um evento pouco relevante por aqui. Nos shoppings, até que tem alguma decoração bem bonita (esqueci a câmera nos dias que fui ao shopping, então não tem fotos =/  ). Mas como os cristãos são minoria aqui, eles parecem não dar muita bola mesmo.

E quanto aos problemas relatados no meu último post, as coisas já estão melhores. Fiquei 2 dias e meio sem banho (arghhh!!!), mas já temos água quente de novo. E o sanitário voltou a funcionar magicamente.

E ontem presenciei a prova de que o problema não era com a gente, mas com o pessoal daqui mesmo. Um outro hóspede claramente não indiano (ele devia ter uns 2,5m de altura, mais de 1,5m acima da média indiana XD) precisava acessar seu email, e não conseguia por algum problema na senha dele. Ele estava a dois dias procurando o cara que gerencia a rede aqui, sem sucesso. E o coitado precisava ver alguma coisa pra uma apresentação que ele faria hoje. Menos 2 pontos pra Faculty Guest House do IIT-Delhi.

Bom, apesar de estar tudo ok, acho que não vou postar de novo aqui na Índia. Não acho que vai acontecer alguma coisa que mereça ser compartilhada.

Próxima parada, PARÍS!!!!